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Tudo sobre Bursa

Majestosas mesquitas erguem-se contra o horizonte de Bursa, cidade que guarda os segredos mais profundos do nascimento do Império Otomano. Seus 1.854.285 habitantes caminham diariamente por ruas onde sultões outrora traçaram os destinos de uma das maiores potências da história mundial.

 

"Yeşil Bursa" - assim carinhosamente chamada pelos locais - revela sua alma verde através de jardins exuberantes e parques deslumbrantes. Aninhada aos pés do imponente Monte Uludağ, esta antiga capital otomana (1335-1360) preserva camadas de história que remontam a 5200 a.C., mesclando harmoniosamente heranças gregas, romanas e bizantinas em seu rico tecido urbano.

 

O reconhecimento mundial chegou em 2014, quando a UNESCO declarou Bursa e a vila de Cumalıkızık como Patrimônio da Humanidade. Mausoléus silenciosos guardam o repouso eterno de sultões, enquanto aromas tentadores do İskender kebab permeiam ruelas históricas. Cada pedra, cada monumento conta histórias de um império nascente que, deste solo sagrado, expandiu-se para dominar três continentes.

 

 

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A história fascinante de Bursa como berço do Império Otomano


Mistérios e lendas envolvem os primórdios do Império Otomano no final do século XIII. Das sombras do tempo emerge uma narrativa extraordinária, onde uma modesta tribo turca, enraizada nas terras de Bursa, floresceu até se tornar uma das maiores potências que o mundo conheceu.

 

O nascimento de uma dinastia poderosa


O destino do império nasceu pelas mãos de Osman I, líder turcomano que ergueu seu pequeno principado (beilhique) nas terras do noroeste da Anatólia em 1299. Seus primeiros seguidores formavam um mosaico peculiar - tribos turcas mescladas a bizantinos renegados, nem todos abraçando o islamismo. Com astúcia política notável, Osman teceu alianças cruciais e comandou vitoriosas campanhas militares.

 

Os campos de Bafeu, em 1301 ou 1302, testemunharam o primeiro feito documentado de Osman - uma batalha que anunciou o crepúsculo bizantino e a aurora otomana. Deste visionário brotou uma linhagem real que governaria por seis séculos através de 36 sultões.

 

Por que Bursa foi escolhida como primeira capital


O destino de Bursa mudou para sempre quando Orcano I (Orhan), herdeiro de Osman, conquistou a cidade bizantina em 1326, estabelecendo-a como coração do nascente estado otomano. Esta conquista magistral entregou aos otomanos as chaves dos sistemas bizantinos - administrativo, financeiro e militar. Por 39 anos gloriosos, Bursa reinou como sede do sultanato, até Murade I transferir a capital para Edirne em 1363.

 

A escolha de Bursa revelou-se brilhante. Suas terras férteis, posição estratégica no noroeste da Anatólia e domínio sobre rotas comerciais vitais fizeram dela a joia perfeita para a coroa otomana. Mais que uma conquista territorial, Bursa simbolizou o triunfo sobre o legado bizantino.

 

O legado dos primeiros sultões otomanos


Rituais sagrados nasceram com os primeiros sultões. A cerimônia da Espada de Osman, equivalente otomano à coroação europeia, eternizou-se como tradição imperial. Mesmo investidos de poder absoluto, os sultões governavam sob o olhar atento de líderes militares, religiosos e membros da dinastia.

 

Após Orcano I, Murade I expandiu o horizonte imperial rumo à Europa, alcançando as margens do Danúbio. Seu filho Bayazid completou esta grandiosa expansão, elevando o jovem império a alturas sem precedentes.

 

No Parque Tophane, os mausoléus de Osman I e Orcano I permanecem como guardiões eternos desta história extraordinária. Suas pedras silenciosas ecoam a saga de homens que, das colinas de Bursa, ergueram um império que mudaria para sempre o curso da história mundial.

 

 

Tesouros arquitetônicos da cidade de Bursa


Pedras centenárias sussurram histórias do império nascente através dos monumentos de Bursa. Cada arco, cada cúpula, cada azulejo preserva memórias dos tempos em que sultões caminhavam por estas ruas sagradas.

 

Ulu Cami: a Grande Mesquita e seus segredos


Dominando o coração da Cidade Velha, a Grande Mesquita de Bursa (Ulu Cami) ergue-se como testemunha da glória do Sultão Bayezid I, que a construiu entre 1396 e 1399 para celebrar seu triunfo na Batalha de Nicópolis. Vinte domos majestosos, dispostos em quatro fileiras de cinco, pairam sobre doze colunas robustas, criando um santuário capaz de acolher 5.000 fiéis em oração.

 

No âmago deste templo sagrado, uma fonte singular (şadırvan) de dezoito faces convida os devotos às abluções rituais. As paredes guardam um tesouro caligráfico de 192 inscrições monumentais, transformando o espaço num verdadeiro museu a céu aberto da arte da escrita sagrada.

 

Yeşil Cami: a beleza da Mesquita Verde


A Mesquita Verde (Yeşil Cami), joia arquitetônica de Mehmed I concluída em 1424, representa o apogeu do primeiro estilo otomano. Seus deslumbrantes azulejos em tons de verde e azul dançam com a luz do sol, justificando seu nome e sua inclusão no Patrimônio Mundial da UNESCO em 2014.

 

Külliye: os complexos sociais otomanos


Os otomanos, seguindo os passos dos seljúcidas, teceram uma trama social através dos külliyes. Estes complexos pulsavam com vida: refeitórios de caridade (imaret) alimentavam os necessitados, madraças educavam os jovens, enquanto hamams purificavam corpo e espírito. O Complexo Muradiye, erguido sob o olhar do Sultão Murat II, permanece como símbolo máximo desta visão arquitetônica islâmica.

 

Mausoléus dos sultões: onde repousam os fundadores do império


Próximo ao Portal do Parque Tophane, os mausoléus de Osman Bey e Orhan Bey guardam o sono eterno dos arquitetos do império. Lado a lado, estas estruturas gêmeas prestam homenagem silenciosa aos primeiros sultões.

 

O Mausoléu Verde (Yeşil Türbe), erguido em 1421 por ordem de Murad II para seu pai Mehmed I, resplandece com seus azulejos verdes e azuis. Sua planta hexagonal, coroada por uma cúpula celestial, abriga não apenas o túmulo do quinto sultão, mas também sete outras sepulturas ornamentadas com requinte.

 

Patrimônio UNESCO: o reconhecimento mundial de Bursa


O ano de 2014 marcou um capítulo dourado na história de Bursa quando "Bursa e Cumalıkızık: O Nascimento do Império Otomano" recebeu o título de Patrimônio Mundial da UNESCO. Este reconhecimento sagrou definitivamente o valor universal desta terra sagrada, berço de um império lendário.

 

Cumalıkızık: uma vila otomana preservada no tempo


Aninhada a apenas 10 quilômetros de Bursa, repousa Cumalıkızık, relíquia medieval que dança entre passado e presente. Seus muros, erguidos no alvorecer dos anos 1300, contam histórias da astúcia otomana em estabelecer primeiro suas raízes rurais antes de conquistar os grandes centros urbanos.

 

O título singular de "Aldeia Waqf" confere a Cumalıkızık uma posição única na história - eternamente dedicada ao bem público, suas rendas alimentavam a construção dos magníficos külliyes na cidade principal. Das 270 moradas ancestrais, 180 casas ainda pulsam com vida, abrigando famílias que mantêm vivas as tradições centenárias.

 

Ruas de pedra serpenteiam entre casas antigas, seus canais centrais ainda drenam águas pluviais como faziam há séculos. Aromas de café recém-preparado misturam-se ao burburinho dos mercadores locais, que hoje oferecem artesanato tradicional e festins matinais aos visitantes.

 

O significado cultural da região para a humanidade


O reconhecimento da UNESCO abraça oito elementos fundamentais que revelam o nascimento do sistema urbano-rural otomano no século XIV. Este mosaico social retrata a gênese da organização administrativa da primeira capital otomana, tecida ao redor de seu centro cívico vibrante.

 

Khans (centros comerciais) e külliyes (complexos religiosos) formavam uma teia social intrincada, onde mesquitas, escolas, hamams e cozinhas comunitárias serviam ao povo. A tumba sagrada de Orcano Gazi, pai da dinastia, ancora este legado extraordinário.

 

Bursa e Cumalıkızık permanecem como testemunhas vivas da visão otomana que, das colinas da Anatólia, ergueu um império que dominaria metade do mundo conhecido. Cada pedra, cada rua, cada edifício sussurra histórias de um passado glorioso que moldou o destino de continentes.

 

A vida em Bursa: tradições que resistem ao tempo


Muito além de suas muralhas históricas, Bursa pulsa com tradições seculares que ecoam a grandeza otomana. Cada gesto, cada ritual, cada sabor carrega consigo a essência de um império que ainda vive através de seu povo.

 

A arte da seda: herança milenar


Fios dourados tecem a história de Bursa na Rota da Seda, uma tradição que ainda hoje colore a cidade. Trezentas tecelagens mantêm viva esta arte ancestral, fazendo de Bursa a verdadeira capital da seda turca. O Mercado da Seda, erguido no século 14, permanece como guardião silencioso desta herança. Julho traz consigo uma feira majestosa, embora o comércio floresça diariamente nas ruelas históricas.

 

Dedos habilidosos de jovens artesãs dançam sobre os teares, criando os renomados tapetes Herequê, obras-primas de delicadeza e precisão. Estes tesouros têxteis, tradicionalmente parte dos dotes nupciais, carregam histórias de amor em cada nó. No Koza Han Silk Bazar, cores vibrantes e padrões otomanos eternizam séculos de maestria têxtil.

 

Banhos termais: relaxamento à moda otomana


Águas sagradas brotam das entranhas da terra em Bursa desde tempos romanos. Estas fontes minerais transformaram o ritual do banho em arte, tecendo a própria essência da vida local através dos séculos. Hammams centenários, alguns com mais de meio milênio, ainda convidam visitantes a mergulhar em tradições ancestrais.

 

Mais que santuários de relaxamento, estas termas são palcos onde a cultura otomana se desenrola diariamente. Vapores terapêuticos envolvem os visitantes numa dança milenar, onde cada gota d'água conta histórias do passado imperial.

 

Iskender Kebap: a história por trás do prato mais famoso da cidade


O aroma sedutor do İskender kebap, criação magistral de İskender Efendi em 1867, perfuma as ruas de Bursa. Este festim real nasce do döner kebab, onde carnes douradas giram lentamente em espetos verticais. A receita original privilegiava cordeiros criados nas encostas aromáticas do Monte Uludağ, onde o tomilho cresce selvagem.

 

O ritual do preparo é uma arte em si: finas lâminas de carne repousam sobre pide crocante, banhadas em molho de tomate e manteiga derretida, coroadas com salsa fresca e um ninho de iogurte. Embora outras cidades tentem replicar esta iguaria, Bursa mantém sua supremacia culinária. Aqui, o İskender encontra sua perfeição quando acompanhado do ayran refrescante, em vez de bebidas alcoólicas.


Bursa respira história por cada pedra de suas ruas centenárias. Mais que uma cidade-museu, este berço imperial preserva a alma viva do nascente Império Otomano através de rituais diários, sabores ancestrais e tradições que ecoam através dos séculos.

 

Pelas ruelas da antiga capital, sussurros do passado mesclam-se ao burburinho dos mercados tradicionais. Vapores dos hammams centenários elevam-se ao céu, enquanto aromas do İskender kebab perfumam o ar. Mausoléus sagrados guardam o sono eterno dos fundadores do império, enquanto mesquitas majestosas e a vila intocada de Cumalıkızık compõem uma sinfonia arquitetônica que conquistou, merecidamente, o reconhecimento mundial da UNESCO.

O relógio não parou em Bursa. Qual tecelã habilidosa, a cidade tece com maestria os fios do passado e do presente, criando um tecido urbano único onde história e modernidade dançam em perfeita harmonia.

 

Quem busca tocar a verdadeira alma da Turquia encontrará em Bursa um tesouro inesgotável. Entre jardins esmeralda, cúpulas douradas e tradições milenares, esta cidade continua enfeitiçando viajantes, assim como encantou sultões há sete séculos, quando se tornou o berço de um império que mudaria para sempre o curso da história mundial.

 

 

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