Meknes abriga uma das curiosidades históricas mais extraordinárias já registradas no Livro Guinness de Recordes: o sultão Moulay Ismail, soberano que governou a cidade entre 1672 e 1727, detém o título de ser humano com maior número de descendentes documentados na história – a surpreendente marca de 888 filhos. Durante seu reinado de 55 anos, Meknes elevou-se à condição de capital marroquina, consolidando-se como epicentro político e cultural do império.
O Que Fazer em Meknes: Da Medina aos Palácios do Sultão Mais Poderoso do Marrocos
Majestosas muralhas de 40 quilômetros circundam esta cidade fortaleza, conhecida entre os locais como a "cidade das cem minaretes" – uma referência às numerosas torres das mesquitas que pontuam o horizonte urbano. A medina de Meknes, reconhecida pela UNESCO como Patrimônio Mundial, preserva não apenas edificações centenárias, mas um legado cultural vivo cujas raízes remontam ao século X. Seus becos sinuosos guardam histórias que atravessaram gerações, enquanto seus monumentos narram o apogeu de um império.
Nossa jornada por Meknes revelará desde os suntuosos palácios imperiais até os fervilhantes souks da medina antiga, desvendando tesouros que permanecem relativamente intocados pelo turismo de massa. Esta cidade, menos visitada que suas irmãs imperiais Fez e Marrakech, oferece um vislumbre autêntico do Marrocos histórico, onde tradições ancestrais persistem em meio à vida cotidiana.
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A Medina de Meknes: Um Tesouro Preservado
A Medina de Meknes, distinguida pela UNESCO como Patrimônio Mundial, representa uma das joias mais autênticas e menos exploradas do cenário marroquino. Diferentemente das congestionadas medinas de Fez ou Marrakech, o ambiente aqui respira serenidade, oferecendo ao visitante a oportunidade de percorrer seus caminhos com pausada contemplação, absorvendo genuinamente a essência local.
Explorando as ruelas da cidade antiga
Maciças muralhas de 40 quilômetros, erguidas há mais de três séculos e meio, abraçam esta medina que convida à descoberta paciente. Suas vielas estreitas desenham um labirinto encantador onde o tempo parece fluir em cadência mais lenta. Cada passo revela aquele charme autêntico tão procurado pelos verdadeiros apreciadores da cultura marroquina.
O núcleo vibrante deste mundo medieval concentra-se na Praça El-Hedim (ou Lahdim), uma versão mais contemplativa da célebre Djemaa el-Fna marrakeshi. Neste amplo espaço, encantadores de serpentes exibem suas habilidades ancestrais, artistas ambulantes demonstram seus talentos, comerciantes oferecem iguarias locais, enquanto diversos cafés com terraços convidam os visitantes a saborear o tradicional chá marroquino enquanto observam o fluir da vida cotidiana.
A praça ainda presenteia os visitantes com uma perspectiva privilegiada do monumental Portão Bab Mansour, uma das obras arquitetônicas mais imponentes que esta cidade imperial nos legou.
Os souks tradicionais e o artesanato local
Os souks meknesis constituem verdadeiros santuários para os apreciadores do artesanato tradicional marroquino. Peculiarmente, os comerciantes locais demonstram postura menos insistente que seus conterrâneos de outras cidades imperiais, proporcionando uma experiência de compras consideravelmente mais agradável.
Na histórica Rua dos Souks, próxima à milenar Mesquita En-Nejjarine do século XII, o visitante pode observar artífices locais dedicados às suas especialidades:
- Damasquinado: técnica meticulosa aplicada na decoração de vasos, placas e pulseiras
- Bordados tradicionais transmitidos através de gerações sucessivas
- Artigos em couro confeccionados segundo metodologias ancestrais
- Especiarias aromáticas, doces açucarados com mel e frutas desidratadas
A singularidade destes mercados reside no delicado equilíbrio entre preservação e inovação - mestres artesãos que honram técnicas centenárias enquanto adaptam suas criações aos gostos contemporâneos.
Dicas para não se perder na medina
Para maximizar sua vivência na Medina de Meknes evitando contratempos desnecessários, algumas orientações práticas merecem atenção:
Primeiramente, adote a Praça El-Hedim como ponto referencial fundamental - todas as rotas significativas da medina convergem para este espaço central.
Recomenda-se iniciar a exploração nas primeiras horas da manhã, quando as passagens ainda respiram tranquilidade e os estabelecimentos começam gradualmente suas atividades, proporcionando uma experiência mais genuína.
Curiosamente, perder-se momentaneamente representa talvez a mais enriquecedora das estratégias - esta aparente desorientação frequentemente revela recantos inesperados e oferece vislumbres autênticos do cotidiano dos habitantes locais. Conforme o antigo provérbio marroquino sugere: "Em Meknes, permita-se impregnar desta atmosfera singular, harmoniosa fusão das mais ambiciosas conquistas humanas."
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Planejar minha viagemMonumentos Imperdíveis de Meknes
Meknes, edificada sob o comando do poderoso sultão Moulay Ismail, exibe monumentos grandiosos que espelham seu passado majestoso.
Cada pedra, cada arco, cada portal desta cidade imperial narra capítulos fascinantes da história marroquina. Percorramos juntos as atrações históricas que conferem a Meknes seu caráter singular e cativante.
Bab Mansour: O portão mais impressionante do Marrocos
Bab Mansour representa, indubitavelmente, o portal mais extraordinário não apenas de Meknes, mas possivelmente de todo o território marroquino. Concluído em 1732, este monumento colossal de 16 metros de altura domina soberanamente a paisagem urbana, ostentando magníficas colunas de mármore extraídas das ruínas romanas de Volubilis. Amplamente aclamado como o mais esplêndido portão do Norte africano, Bab Mansour seduz os visitantes com seu requintado trabalho artístico:
- Azulejos zeliges e peças de faiança ornamentados com extraordinária maestria
- Estuques e elementos em madeira esculpidos com precisão milimétrica
- Padrões florais e composições geométricas que capturam o olhar contemplativo
Mausoléu de Moulay Ismail: O legado do sultão
Erguido em 1703, este santuário abriga os restos mortais do formidável soberano que conduziu os destinos marroquinos durante 55 longos anos. Distingue-se como um dos escassos monumentos religiosos do país acessíveis a visitantes não-muçulmanos, apresentando uma sequência de pátios meticulosamente projetados que conduzem à câmara funerária. No recinto interior, quatro majestosos relógios comtoises, oferendas do rei francês Luís XIV, acrescentam um elemento singular à suntuosa decoração.
Praça El Hedim: O coração pulsante da cidade
Datada de 1674, a Praça El Hedim constitui o epicentro da vida social meknesi. Estrategicamente situada entre a Medina e o Kasbah, esta espaçosa praça retangular transforma-se constantemente ao longo das horas. Durante o período vespertino, artistas ambulantes, narradores tradicionais e músicos populares insuflem vitalidade ao ambiente. Quando anoitece, o espaço adquire uma atmosfera quase mística, reminiscente dos contos das Mil e Uma Noites, povoado por encantadores de serpentes, ilusionistas e dançarinos que preservam tradições seculares.
Estábulos Reais e Celeiros: A grandiosidade imperial
O impressionante complexo de Heri es-Souani merece atenção especial do visitante atento. Durante o apogeu do reinado de Moulay Ismail, aproximadamente 12.000 cavalos ocupavam os vastos estábulos reais. Tão profunda era a devoção do sultão por seus corcéis que cada animal contava com um cavalariço exclusivo e um servo dedicado. Adicionalmente, os celeiros, caracterizados por tetos abobadados e paredes de expressiva espessura, evidenciam a sofisticação arquitetônica daquela civilização, tendo sido minuciosamente projetados para conservar cereais mesmo diante das oscilações climáticas características da região.
Volubilis: Uma Viagem à Roma Antiga
A meros 33 quilômetros ao norte de Meknes, desenha-se perante os olhos do viajante uma extraordinária jornada através dos séculos:
Volubilis, o mais extenso e notavelmente conservado sítio arqueológico romano em território marroquino. Reconhecido pela UNESCO como Patrimônio Mundial em 1997, este santuário histórico surpreende tanto pela sua excepcional preservação quanto pela esplêndida paisagem que o envolve – vastos campos de vegetação exuberante que se estendem aos pés das elevações de Jebel Zerhoun.
Como chegar às ruínas romanas
Para acessar Volubilis partindo de Meknes, diversas alternativas apresentam-se ao visitante:
- Táxi compartilhado: Modalidade mais acessível financeiramente, com partidas regulares da estação central de Meknes.
- Excursão guiada: Numerosas agências meknesis disponibilizam roteiros abrangendo Volubilis e a sagrada cidade de Moulay Idriss.
- Táxi privado: Solução que privilegia o conforto, oferecendo a conveniência da espera durante sua exploração do sítio.
A jornada estende-se por aproximadamente 45 minutos através de vias que serpenteiam por deslumbrantes cenários rurais marroquinos.
Aconselha-se iniciar a visita nas primeiras horas do dia para esquivar-se do calor inclemente, particularmente durante os meses estivais.
Os mosaicos e monumentos mais impressionantes
Durante seu período áureo, no ocaso do século II, Volubilis acolhia uma população estimada em 20.000 habitantes, firmando-se como um proeminente centro provincial romano. Percorrendo a majestosa Decumanus Maximus, artéria principal que atravessa longitudinalmente a antiga urbe, o visitante depara-se com monumentos de inquestionável magnificência:
- Arco do Triunfo de Caracala: Edificado em honra ao imperador, constitui a estrutura mais celebrada e fotografada do complexo arqueológico.
- Capitólio: Consagrado à tríade divina romana – Júpiter, Juno e Minerva.
- Basílica: Imponente estrutura do século III que funcionava como centro administrativo e judicial da cidade.
Entretanto, são indubitavelmente os mosaicos que capturam a essência artística deste sítio. Curiosamente, em dias chuvosos, estes adquirem tonalidades ainda mais vibrantes quando a água remove a camada superficial de poeira. Merecem visita obrigatória:
- Casa de Orfeu: A mais ampla residência do sítio, adornada com painéis musivos retratando Orfeu a dedilhar sua lira para uma audiência de animais encantados.
- Casa dos Trabalhos de Hércules: Distingue-se pelos painéis ovais ilustrando as doze proezas do semideus.
- Casa de Vênus: Uma das moradias mais opulentas, exibindo composições musivas de excepcional qualidade artística.
Além das edificações principais, encontram-se antigos lagares destinados à produção de azeite, atividade que constituía o pilar econômico da cidade romana. Um destes lagares foi meticulosamente reconstruído, incluindo uma réplica fidedigna em escala natural de uma autêntica prensa romana.
Experiências Autênticas em Meknes
Compreender verdadeiramente a essência de Meknes exige que o viajante transcenda a mera contemplação de seus monumentos históricos e se entregue às experiências autênticas que permeiam o cotidiano local. A verdadeira alma marroquina manifesta-se através dos sabores ancestrais, da hospitalidade calorosa e dos rituais diários que constituem pilares fundamentais da cultura local há incontáveis gerações.
Onde provar a culinária marroquina local
A gastronomia meknesi representa um fascinante mosaico cultural, harmonizando influências berberes, árabe-andaluzas e judaicas numa experiência sensorial incomparável. No âmago da cidade antiga, o Restaurante Dar Baraka destaca-se num charmoso beco da Medina, recriando a atmosfera acolhedora das residências familiares marroquinas, com suas cores vibrantes e decoração tradicional.
Para aqueles que anseiam por uma experiência gastronômica mais íntima, o pequeno estabelecimento de Aisha, com capacidade limitada a apenas dez comensais, oferece primorosas iguarias caseiras, incluindo o célebre rfissa – saboroso frango condimentado servido sobre delicadas camadas de pão desfiado. Apreciadores da culinária vegetariana e vegana encontram igualmente opções tentadoras, como o cuscuz vegetariano preparado segundo receitas transmitidas através de gerações.
Imperdível é também o tagine com castanhas, especialidade regional que sintetiza os sabores distintivos de Meknes. Complementando a refeição, o batbout (pão circular ligeiramente fermentado) e o m'semen (fina massa folhada de trigo) proporcionam uma autêntica incursão pelos sabores tradicionais que definem a identidade culinária desta região.
Hospedagem em riads tradicionais
Alojar-se num riad constitui elemento fundamental para uma imersão genuína no estilo de vida marroquino. Estas suntuosas residências ou palácios tradicionais, caracterizados por seus jardins ou pátios interiores, oferecem uma experiência incomparável de integração cultural.
No núcleo histórico da Medina, o Riad Meknès Tresor conquista seus hóspedes pela impecável limpeza, pelo conforto refinado e pelos interiores magnificamente iluminados que respeitam a arquitetura original. O Riad Palais Marouane, por sua vez, distingue-se pela cordialidade excepcional de sua equipe e pela estética deslumbrante dos seus espaços.
Para os apreciadores de vistas panorâmicas, o Riad El Ma exibe um terraço esplêndido que descortina horizontes magníficos sobre o perfil urbano histórico. Já o Riad Menthe et Citron beneficia-se de localização estratégica privilegiada, além de proporcionar acesso a um terraço que revela perspectivas surpreendentes da antiga cidade imperial.
Participando de um ritual de chá marroquino
O chá marroquino transcende sua condição de simples bebida para constituir-se em eloquente símbolo de hospitalidade e fraternidade. Aclamada internacionalmente ao lado das cerimônias ancestrais chinesa e japonesa, a ritualística do chá marroquino representa uma vivência cultural imprescindível.
A preparação tradicional harmoniza o chá verde chinês (predominantemente da variedade Gunpowder) com folhas frescas de hortelã e generosas quantidades de açúcar. O processo segue uma sequência meticulosa de gestos, incluindo a elevação do bule a considerável altura durante o serviço – técnica que demanda notável destreza e precisão adquiridas ao longo de anos de prática.
Declinar uma xícara de chá oferecida configura significativa descortesia na cultura local; portanto, quando os graciosos copos decorados lhe forem apresentados, a etiqueta recomenda aceitá-los com genuína gratidão. Segundo antiga tradição marroquina, o primeiro copo apresenta-se "amargo como a vida", o segundo revela-se "doce como o amor" e o terceiro manifesta-se "suave como a morte" – jornada sensorial que espelha com eloquência a própria filosofia existencial marroquina.
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