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As rainhas do Egito Antigo gozavam de prestígio inédito para a época. Algumas, como Hatshepsut, chegaram a assumir o título de faraó, usando símbolos masculinos para legitimar o poder. Outras, de Neithhotep a Cleópatra VII, atuaram como regentes, diplomatas e líderes religiosas, deixando legados de prosperidade e grandes obras.

 

Pesquisas de egiptólogos como Zahi Hawass mostram que elas influenciaram a política, a economia e a religião muito além do que os registros tradicionais sugerem.

 

Rainhas esquecidas do início do Egito


Nas primeiras dinastias do Egito, muito antes de figuras célebres como Cleópatra VII, mulheres extraordinárias exerceram poder supremo, embora seus nomes raramente apareçam nos livros de história. Estas rainhas estabeleceram precedentes importantes para a participação feminina no governo egípcio, criando bases para futuras soberanas.

 


Neithhotep: a primeira mulher com poder real


Durante o Pré-dinástico (c. 3150–2613 AEC), Neithhotep tornou-se a primeira rainha registrada a governar sozinha. Esposa de Narmer, assumiu o trono após a morte dele, até o filho atingir idade para reinar. Seu nome  “Neith está satisfeita”  homenageava a deusa da guerra e a Coroa Vermelha do Baixo Egito.

 

O túmulo monumental em Naqada, descoberto no século XIX, foi inicialmente atribuído a um rei, e seus serekhs  geralmente reservados aos faraós  reforçam seu status singular.

 


Merneith: regente e possível faraó


Por volta de 2990 AEC, Merneith (“Amada de Neite”) tornou-se regente e possivelmente faraó. após a morte do marido, Djet, enquanto o filho Den ainda era criança. Sua tumba em Abidos, descoberta em 1900 por Flinders Petrie entre sepulturas reais da I Dinastia, revelou características dignas de faraó.

 

Escavações recentes encontraram centenas de vasos de vinho de 5 000 anos, e seu nome inscrito em sereques e selos confirma que ela “chefiava os escritórios do governo central”, evidenciando seu papel administrativo e status excepcional.

 


Nitocris: entre mito e realidade


No fim do Império Antigo, surge a enigmática Nitocris, citada por Maneto, na Lista de Turim, em Abidos e por Eratóstenes, mas sem monumentos ou inscrições preservados. Heródoto relata que, para vingar o irmão-rei assassinado, ela afogou os culpados num banquete inundando uma câmara subterrânea e, temendo retaliação, teria se lançado numa sala cheia de cinzas quentes.

 

Maneto a descreve como “a mais bela das mulheres, loura e de faces rosadas”. Embora sua existência seja debatida, muitos estudiosos a consideram a primeira mulher oficialmente proclamada faraó.
 

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Hatshepsut e a ascensão do poder feminino


Entre as grandes figuras femininas que dominaram o Egito Antigo, Hatshepsut destaca-se como um caso extraordinário de ascensão e consolidação de poder. Nascida por volta de 1508 a.C., filha do faraó Tutmés I e da rainha Ahmose, seu caminho até o trono egípcio revela uma astuta estratégia política.

 


Como ela se tornou faraó


Inicialmente, Hatshepsut desempenhou seu papel tradicional como esposa real ao casar-se com seu meio-irmão Tutmés II. Após a morte prematura do marido, assumiu a regência do jovem Tutmés III, filho de seu esposo com uma concubina chamada Ísis. No entanto, durante o sétimo ano dessa regência, em 1478 a.C., ela deu um passo inédito: declarou-se faraó por direito próprio.

 


Para legitimar sua posição, Hatshepsut elaborou uma narrativa divina, afirmando ser filha do deus Amon-Rá, que teria visitado sua mãe na forma de Tutmés I. Essa "teogamia" (união divina) foi a primeira a ser utilizada para legitimar o poder de um faraó. Além disso, manteve Tutmés III em posição secundária, sem destituí-lo oficialmente – os registros mostram que o calendário egípcio continuou contando os anos desde a ascensão dele.

 


Uso de símbolos masculinos para legitimar o poder


Por outro lado, Hatshepsut adotou símbolos tradicionalmente masculinos para reforçar sua autoridade. Em estátuas e relevos, aparecia com:
Barba postiça tradicional dos faraós


Tanga curta e cauda de touro
Coroa dupla do Alto e Baixo Egito


Musculatura masculina
No entanto, elementos sutis em suas representações preservavam traços femininos, como a cintura mais fina. Isso sugere que seu objetivo era projetar-se como líder legítima, não necessariamente como homem.

 


Grandes obras e legado arquitetônico


O reinado de Hatshepsut, que durou 22 anos, foi marcado pela prosperidade econômica e grandes realizações arquitetônicas. Seu templo mortuário em Deir el-Bahari, conhecido como Djeser-Djeseru ("A maravilha das maravilhas"), é considerado um dos monumentos mais impressionantes do Egito Antigo.

 

Com três terraços que se elevam a quase 30 metros de altura, esse templo foi projetado pelo arquiteto Senenmut, seu principal conselheiro.
Além disso, ela ordenou a construção de obeliscos monumentais no Templo de Amon em Karnak, alguns pesando mais de 300 toneladas. Essas obras não apenas demonstravam seu poder, mas também empregavam parte da população e fortaleciam a religião egípcia.
 

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Nefertiti, Nefertari e Tiye: influência além do trono


Além de governantes diretas, o poder feminino no Egito Antigo manifestava-se através de rainhas que, mesmo sem ocupar oficialmente o trono, exerciam profunda influência política e religiosa. Três mulheres extraordinárias se destacaram por seu impacto que ultrapassou os limites tradicionais do papel de esposas reais.

 


Nefertiti e o culto a Aton


Nefertiti (“a mais bela chegou”), esposa de Akhenaton na XVIII dinastia, aparece em cartas a dignitários estrangeiros e liderou a adoção do culto a Aton. Detinha autonomia religiosa inédita, sendo retratada fazendo oferendas sozinha ou com as filhas, em posição quase igual à do faraó. Quando Akhenaton se afastou do poder, foi ela quem manteve o Estado coeso e acalmou as potências estrangeiras ligadas ao Egito.

 


Nefertari e sua presença política ao lado de Ramsés II


Nefertari, esposa favorita de Ramsés II na XIX Dinastia, tinha autoridade comparável à do faraó, servindo-lhe de conselheira e porta-voz do povo. Sua preeminência aparece no templo que Ramsés lhe ergueu em Abu Simbel, com seis colossos de 10 m. Ela ainda ajudou a negociar o Tratado de Kadesh e manteve correspondência diplomática com a rainha hitita Puduhepa.

 


Tiye e sua atuação diplomática


Tiye, esposa de Amenófis III e mãe de Akhenaton, tornou-se uma das figuras políticas mais influentes do Egito mesmo sem sangue real. Aconselhava o faraó e mantinha correspondência direta com líderes estrangeiros; após a morte do marido, governou como regente até que um filho tivesse idade para reinar.

 

Já sob Akhenaton, serviu de ponte entre Tebas e Akhetaton e negociou com o rei mitanita Tushratta. Seu prestígio persistiu após a morte, com cultos que celebravam sua memória.
 

Cleópatra e o fim de uma era


Última soberana da dinastia ptolemaica, Cleópatra VII encerrou uma tradição milenar de governantes femininas no Egito Antigo, marcando a transição do mundo helenístico para o domínio romano. Sua trajetória exemplifica como o poder feminino se manifestava através de inteligência estratégica, diplomacia e autocontrole até o último ato.

 


Educação e domínio de línguas


Cleópatra recebeu formação intelectual excepcional, tornando-se fluente em múltiplos idiomas. Foi a única governante de sua dinastia a aprender a língua egípcia nativa, além de dominar grego (sua língua materna), latim, aramaico, etíope, árabe, hebraico, sírio, parta e meda.

 

Esta habilidade linguística permitia-lhe comunicar-se diretamente com diversos povos, fortalecendo sua autoridade sobre os variados grupos sociais no Egito.
Sua educação refinada ocorreu em meio ao ambiente intelectual de Alexandria. Crescendo com acesso à famosa biblioteca, Cleópatra estudou astronomia, matemática, geografia, história, diplomacia internacional, economia e medicina.

 

Além disso, dedicou tempo considerável à pesquisa de ervas medicinais e cosméticos, chegando a escrever obras sobre estes temas que infelizmente se perderam no incêndio da Biblioteca de Alexandria.

 


Alianças com Roma e estratégias políticas


Inicialmente, Cleópatra buscou apoio de Júlio César para garantir sua posição no trono egípcio. Posteriormente, após o assassinato de César, formou aliança política e amorosa com Marco Antônio. Estas parcerias não eram meros romances, mas estratégias calculadas para proteger o Egito da crescente influência romana.


Com Marco Antônio, Cleópatra teve três filhos: Alexandre Hélio, Cleópatra Selene II e Ptolemeu Filadelfo. Juntos, planejaram expandir seus territórios com as chamadas "Doações de Alexandria", quando territórios orientais foram distribuídos aos filhos do casal. Esta ação foi interpretada por Otaviano como ameaça à autoridade romana, precipitando o conflito que culminaria na Batalha de Áccio em 31 a.C..

 


O suicídio como ato final de poder


Após a derrota em Áccio e a morte de Marco Antônio, que se suicidou acreditando falsamente que Cleópatra havia morrido, a rainha enfrentou seu destino final. Quando soube que Otaviano planejava exibi-la como prisioneira em seu triunfo romano, Cleópatra escolheu a morte como último ato de autodeterminação.

 


A versão tradicional sugere que ela morreu pela picada de uma áspide (cobra egípcia). No entanto, estudos recentes propõem que, conhecedora de substâncias tóxicas, teria usado um coquetel de venenos incluindo ópio, acônito e cicuta. Seu suicídio, aos 39 anos em 30 a.C., encerrou efetivamente o período helenístico e o domínio ptolemaico no Egito, que se tornou província romana.

 


Otaviano permitiu que Cleópatra fosse sepultada ao lado de Marco Antônio, conforme seu desejo, último respeito a uma adversária que preferia a morte à submissão.

 


O legado duradouro das rainhas egípcias


Rainhas como Neithhotep, Hatshepsut e Cleópatra provaram que o Egito Antigo abrigava um poder feminino inédito para a época. Em três milênios, elas manipularam símbolos sagrados, forjaram narrativas divinas e adaptaram-se às normas culturais para governar como faraós.

 

Seus templos, reformas religiosas e vitórias diplomáticas moldaram a história egípcia e fixaram precedentes de liderança feminina. Hoje, suas conquistas seguem inspirando debates sobre autoridade e igualdade de gênero, lembrando-nos de que, mesmo na Antiguidade, mulheres excepcionais alcançaram influência duradoura.

 

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