Descubra a Cidade das Rosas: O Oásis Perfumado da Arábia Saudita [Guia 2025]

Taif, a cidade das rosas, floresce como um oásis perfumado no meio do deserto da Arábia Saudita, produzindo anualmente cerca de 300 milhões de rosas cor-de-rosa em suas colinas verdejantes. Esta fascinante região abriga mais de 910 fazendas que cultivam estas preciosas flores, cobrindo uma área de aproximadamente 270 hectares. As plantações não só transformam a paisagem, mas também geram um impacto econômico impressionante, com vendas que alcançam cerca de US$ 17 milhões.

A história da cidade das rosas é tão rica quanto seu aroma característico. Neste destino único, mais de 800 quintas de flores trabalham arduamente, colhendo flores diariamente para produzir água e óleo de rosa, produtos altamente valorizados tanto na indústria cosmética quanto na culinária. A tradição é mantida por um exército de trabalhadores dedicados que colhem as flores à mão, desde o amanhecer até o anoitecer. Além disso, Taif possui cerca de 70 fábricas e laboratórios que extraem e fabricam mais de 80 derivados destas flores preciosas, transformando o que seria apenas um produto agrícola em um tesouro nacional.
         

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A história da cidade das rosas

Conhecida como o "Jardim do Hejaz", a história da cidade das rosas remonta a milhares de anos. Situada nas terras altas da Arábia Saudita, Taif desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento cultural, religioso e agrícola da região.

Origens antigas e importância no Islã

No século VI, a tribo Banu Thaqif dominava Taif, grupo que ainda habita a região nos dias atuais. A cidade era um importante centro religioso, abrigando o ídolo da deusa al-Lāt, carinhosamente chamada de "a dama de Taif". Além disso, seus campos férteis abundavam em trigo, vinhedos e pomares, diferenciando-a das regiões áridas próximas ao Mar Vermelho.
Durante o século VII, Taif tornou-se palco de eventos cruciais para o Islã. Em 630, a Batalha de Hunayn ocorreu próximo à cidade, seguida pelo Cerco de Taif. Inicialmente, a cidade resistiu aos ataques, inclusive repelindo investidas com catapultas. No entanto, após o isolamento completo resultante da Batalha de Tabuk em 631, representantes da tribo Thaqif chegaram a Meca para negociar a conversão da cidade ao Islã. Consequentemente, o ídolo de al-Lāt foi destruído junto com outros símbolos pagãos.

Domínio Otomano e integração ao Reino Saudita

Em 17 de julho de 1517, Taif, como parte do Hejaz, passou para controle otomano, permanecendo assim por três séculos. Contudo, em 1802, rebeldes aliados à Casa de Saud retomaram a cidade. Esta perda foi profundamente sentida pelo Império Otomano, que se considerava protetor das cidades sagradas.
Em resposta, o sultão otomano Mahmud II convocou o governador do Egito, Muhammad Ali, que reconquistou Taif em 1813. Finalmente, após diversas disputas territoriais, a cidade foi integrada ao Reino da Arábia Saudita em 1932[53].

A tradição agrícola e o cultivo em terraços

A economia de Taif historicamente dependeu da agricultura e do cultivo de rosas, produtos comercializados por toda a Ásia Central. O terraceamento, técnica agrícola milenar, permitiu o aproveitamento dos terrenos montanhosos da região. Este método cria patamares nivelados nas encostas, controlando a erosão hídrica e possibilitando o cultivo em áreas íngremes.
Apesar de exigir intenso trabalho manual e conhecimento técnico, esta prática foi fundamental para o desenvolvimento agrícola de Taif. A elevada altitude da cidade proporcionou um clima diferenciado, permitindo o cultivo de vinhedos, romãs, figos e, principalmente, as famosas rosas Damascenas, utilizadas na produção de água de rosas e óleos essenciais refinados.
Em 2024, a "rosa de Taif" foi incluída na Lista Representativa do Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade da UNESCO, reconhecendo sua importância histórica e cultural.
 

Como as rosas de Taif são cultivadas e transformadas

O ciclo vital das rosas damascenas de Taif começa em dezembro, quando os agricultores iniciam o cuidado com as terras, adubando, irrigando e podando os roseirais. Posteriormente, entre fevereiro e março, os botões florescem, dando início a um espetáculo visual e aromático nas montanhas Sarawat.

Temporada de colheita e clima ideal

A colheita das rosas acontece durante a primavera, iniciando em março e estendendo-se por 35 a 45 dias. A altitude privilegiada de aproximadamente 1.700 metros acima do nível do mar proporciona um clima ameno, ideal para o cultivo. A cada amanhecer, agricultores e suas famílias colhem manualmente as delicadas flores, antes que o calor do dia evapore os valiosos óleos essenciais. Esta variedade especial, conhecida como rosa damascena trigintipetala, possui 30 pétalas e uma fragrância mais intensa que outras variedades[121].

Processo artesanal de destilação

Logo após a colheita, as flores são transportadas para destilarias locais em cestas. Ali, são fervidas em grandes recipientes durante 30 a 35 minutos em fogo alto, seguidos de 15 a 30 minutos em fogo baixo. Este processo artesanal, aperfeiçoado ao longo de séculos, inicia a fase de destilação que dura aproximadamente oito horas. A técnica atual difere do método antigo, quando se infundia rosa destilada em óleo de sândalo[121].

Produção de água de rosas e óleo essencial

O óleo essencial, considerado um dos mais valiosos do mundo, flutua naturalmente nos recipientes de vidro após a destilação. Para produzir apenas 11 gramas deste precioso líquido, são necessárias cerca de 40.000 flores. O extrato é então coletado com uma seringa grande e transferido para frascos de diferentes tamanhos, com os menores custando aproximadamente 400 riais sauditas (cerca de 108 dólares).

Uso religioso na Kaaba e na cultura local

O óleo e a água de rosas de Taif possuem uma importância sagrada no Islã, sendo utilizados para lavar as paredes exteriores da Kaaba, a estrutura cúbica localizada na Grande Mesquita de Meca. Além disso, estes produtos são altamente valorizados pelos peregrinos que visitam a Arábia Saudita. Na cultura local, é costume jogar pétalas frescas de rosas para celebrar a chegada de convidados, assim como presentear amigos e familiares com rosas e água de rosas.
 

O impacto econômico e cultural das rosas

Nas montanhas de Taif, florescem não apenas rosas, mas também oportunidades econômicas e tradições culturais que sustentam milhares de famílias sauditas. A cidade das rosas transcende sua beleza natural para se tornar um pilar econômico da região.

Fazendas, fábricas e geração de renda

A economia local é impulsionada por aproximadamente 910 fazendas de rosas que cobrem uma área de 270 hectares. Estas propriedades produzem anualmente mais de 550 milhões de flores, abastecendo cerca de 70 fábricas e laboratórios especializados na extração e processamento. O impacto financeiro é significativo, com o valor do investimento em rosas Taif atingindo mais de 64 milhões de riais (aproximadamente US$ 17 milhões). Cinco famílias tradicionais – al Qadi, al Kamal, al Qureishi, al Ghuraybi e al Solhi – supervisionam a maior parte dos laboratórios de cultivo e óleo de rosas, mantendo viva a tradição centenária.

Festival das Rosas e turismo sazonal

Durante a primavera, o Festival das Rosas de Taif transforma a região em um destino turístico vibrante. Em 2024, este evento atraiu mais de 1 milhão de visitantes em apenas duas semanas, estabelecendo um recorde mundial do Guinness com uma cesta contendo 84.450 rosas. O festival não apenas celebra a beleza natural, mas também proporciona uma plataforma educativa, envolvendo 1.700 escolas e mais de 250.000 estudantes em atividades culturais. Além disso, cerca de 60 famílias locais beneficiam-se diretamente da venda e exposição de produtos derivados das rosas.

Exportações e produtos derivados

A variedade de produtos derivados das rosas de Taif é impressionante. As fábricas locais produzem mais de 80 diferentes itens, desde água de rosas e óleos essenciais até produtos de beleza, medicamentos tradicionais e ingredientes culinários. O óleo essencial, considerado um dos mais valiosos do mundo, é comercializado em frascos pequenos por aproximadamente 400 riais sauditas (cerca de US$ 108). Este precioso líquido encontra mercado tanto na indústria de perfumaria internacional quanto entre os peregrinos que visitam a Arábia Saudita.

Apoio governamental e programas de incentivo

O governo saudita implementou diversos programas para fortalecer este setor tradicional. O Ministério do Meio-Ambiente, Recursos Hídricos e Agricultura oferece capacitação aos agricultores locais e desenvolve sistemas de coleta de água da chuva. Equipes especializadas em controle de pragas respondem rapidamente às solicitações dos produtores. Adicionalmente, iniciativas como o programa de desenvolvimento rural sustentável criam oportunidades de investimento na indústria da rosa de Taif, contribuindo para o aumento do PIB local. Estes esforços conjuntos visam garantir a continuidade e a expansão desta herança cultural reconhecida pela UNESCO em 2024.
 

O que fazer em Taif: atrações e experiências

Uma visita a Taif oferece experiências sensoriais incomparáveis, onde os aromas das rosas se misturam com a rica herança cultural.

Visita às destilarias e fazendas abertas

Ao explorar a cidade das rosas, os visitantes podem observar o fascinante processo de extração nas destilarias locais. Nestas instalações, é possível testemunhar como as flores são fervidas e transformadas em valiosos óleos essenciais. A Rashid Al Qurashei Factory merece destaque por sua área externa adjacente a um jardim com damascos e romãs, onde os produtos locais são comercializados. As fazendas, principalmente nas montanhas Sarawat, colhem aproximadamente 550 milhões de flores anualmente e oferecem uma experiência visual deslumbrante.

Souks tradicionais e Palácio Shubra

O Souk Okaz, mercado tradicional que remonta ao século VI, representa um ponto turístico imperdível. Este espaço histórico abriga feiras de livros, exposições culturais e apresentações artísticas. Igualmente impressionante, o Palácio Shubra, construído em 1905 e concluído em 1907, serviu como residência real até 1995, quando se transformou em museu. Com quatro andares decorados com mármore italiano de Carrara, este edifício exibe janelas e varandas com padrões entrecruzados de madeira.

Museus e sítios históricos

O Museu Al Shareef destaca-se por sua extensa coleção de artefatos históricos, incluindo armas antigas, móveis tradicionais e pinturas. Localizado no distrito de Umm Al-Sebaa, o museu também realiza leilões semanais que atraem colecionadores de toda a região.

Degustação de chá de rosas e culinária local

Durante sua estada, experimente o tradicional chá de rosas, bebida com aroma delicado e sabor sutilmente floral. Na gastronomia local, não deixe de provar o Saleeg, prato preparado com arroz branco e caldo de frango, ou o Motabbaq, disponível em versões doce e salgada.

Melhor época para visitar

A temporada ideal para conhecer Taif é durante a primavera, especialmente entre março e abril, quando as rosas florescem completamente. O clima mantém-se agradável durante todo o ano, com temperaturas máximas médias de 29°C, porém os meses de julho e agosto correspondem à alta temporada turística.

Taif, sem dúvida, representa um tesouro nacional da Arábia Saudita, combinando tradição centenária com impacto econômico significativo. Esta cidade encantadora não apenas produz 300 milhões de rosas anualmente, mas também preserva técnicas de cultivo e destilação passadas de geração em geração.
A história rica da região, desde os tempos pré-islâmicos até sua integração ao Reino Saudita, demonstra a resiliência e adaptabilidade de seus habitantes. Aliás, o reconhecimento da UNESCO em 2024 apenas confirma o valor cultural inestimável das rosas de Taif para o patrimônio mundial.

O processo meticuloso de cultivo nas montanhas Sarawat, seguido pela colheita manual ao amanhecer e pela destilação tradicional, resulta em produtos de qualidade incomparável. Cada gota de óleo essencial carrega consigo não apenas o aroma característico, mas também o esforço de milhares de trabalhadores dedicados.
Economicamente, as 910 fazendas e 70 fábricas transformam esta tradição em sustento para inúmeras famílias. O Festival das Rosas, por sua vez, atrai mais de um milhão de visitantes, colocando Taif no mapa turístico internacional.
Para quem deseja experienciar este paraíso perfumado, a primavera oferece o cenário perfeito. As destilarias abertas, os souks tradicionais e o majestoso Palácio Shubra aguardam sua visita. Enquanto isso, o chá de rosas local certamente proporcionará uma experiência sensorial completa.

Portanto, ao planejar sua próxima aventura, considere este oásis aromático nas montanhas sauditas. Afinal, poucos lugares no mundo combinam tão harmoniosamente tradição, beleza natural e importância cultural quanto a encantadora Cidade das Rosas.

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